MODELAGEM GEOLÓGICA E GEOESTATÍSTICA DO DEPÓSITO DE TERRAS RARAS, FOSFATO E NIÓBIO ÁREA ZERO, ARAXÁ (MG)

Autores

  • Adriano Santos Delgado de Oliveira UNESP/IGCE
  • Marcus Henry Waring dei Duchi Di Valdera Consultor
  • Mariana de Souza Carvalho Dusolo Fertilizantes
  • Marcos Antonio Tedesco Consultor
  • José Ricardo Sturaro UNESP/IGCE

Resumo

O objetivo desse trabalho é a construção do modelo tridimensional associado à modelagem geoestatística que será utilizada para quantificação e classificação dos recursos em função das incertezas associadas ao depósito. O depósito Área Zero localiza-se no município de Araxá, inserido na mesorregião do Triângulo Mineiro do Estado de Minas Gerais. Situa-se na porção sul da Faixa Brasília, na Província Ígnea do Alto Paranaíba, inserido no Complexo Alcalino-Carbonatítico do Barreiro. O complexo é uma intrusão circular, com aproximadamente 16 km² de área. Apresenta-se como uma estrutura dômica associada a uma complexa rede de diques concêntricos e radiais, bem como pequenos veios. O depósito encontra-se na porção norte do complexo, em uma área de 400 m x 200 m, com seu eixo maior orientado segundo a direção E-W. O modelo tridimensional foi construído através da confecção e análise de seções geológicas na direção E-W utilizando 61 furos de sondagem diamantada, o que também permitiu a elaboração de uma coluna estratigráfica local. Análises estatísticas foram realizadas para caracterizar e descrever as distribuições dos dados permitindo visualizar o comportamento das variáveis de interesse do depósito. A quantificação de recursos será realizada utilizando o método da krigagem ordinária. Esse método é considerado ideal por se tratar de combinações lineares ponderadas dos dados, buscando sempre o valor de erro igual a 0 e minimizando a variância dos erros. As unidades encontradas, da base para o topo foram: rocha sã (carbonatito), saprolito (carbonatito), laterita, coluvio/alúvio e solo. Bolsões de caolin foram encontrados na unidade colúvio/alúvio. Os intervalos de rocha sã (carbonatito) possuem teores médios de 1,379% de ETR, 3,490% de P2O5 (fosfato) e 0,170% de Nb2O5 (nióbio). A unidade saprolítica é proveniente do carbonatito intensamente intemperizado, com teores médios de 4,494% de ETR, 8,751% de P2O5 e 0,966% de Nb2O5. A unidade colúvio/alúvio possui aproximadamente 15m de espessura. Sua gênese é atribuída ao material saprolítico, retrabalhado, transportado por gravidade e/ou corpo de água, com presença de sedimentos arenosos e argilosos oriundos das drenagens vizinhas com teores médios de 7,783% de ETR, 10,334% de P2O5 de e 1,495% de Nb2O5. Os intervalos caolíniticos apresentam até 12m de espessura com teores médios de 5,691% de ETR, 11,755% de P2O5 e 1,676% de Nb2O5. A unidade laterítica desenvoleu-se em ambiente superficial no topo da unidade saprolítica apresentando teores médios de 4,424% de ETR, 6,664% de P2O5 e 0,810% de Nb2O5. O solo, com até 2m de espessura ocorre recobrindo as unidades supracitadas, com teores médios de 3,898% de ETR, 6,462% de P2O5 e 1,108% de Nb2O5. A mineralização é resultado do enriquecimento supergênico das rochas carbonatíticas subjacentes, ricas em ETR, P2O5 e Nb2O5. Todas as unidades presentes no depósito são mineralizadas.

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Publicado

2016-12-19

Como Citar

Santos Delgado de Oliveira, A., Henry Waring dei Duchi Di Valdera, M., de Souza Carvalho, M., Tedesco, M. A., & Sturaro, J. R. (2016). MODELAGEM GEOLÓGICA E GEOESTATÍSTICA DO DEPÓSITO DE TERRAS RARAS, FOSFATO E NIÓBIO ÁREA ZERO, ARAXÁ (MG). Holos Environment. Recuperado de https://www.cea-unesp.org.br/holos/article/view/12083

Edição

Seção

IX ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE