MAPEAMENTO GEOLÓGICO ESTRUTURAL DA PORÇÃO NOROESTE DA NAPPE DE PASSOS, MG

Autores

  • Alex Joaquim Choupina Andrade Silva UNESP/IGCE

Resumo

Na porção sul da Faixa de Dobramentos Brasília está alojado a nappe de Passos, uma grande estrutura delineada por processos de convergência tectônica das paleoplacas Paranapanema e São Francisco, que ao final do Neoproterozoico, culminaram na construção do Supercontinente Gondwana. Na extremidade noroeste da nappe, entre as Represas de Jaraguá e Peixoto, afloram unidades tectono-estratigraficas, da base para o topo, o Domínio Externo (DE) e a Nappe de Passos (NP). Diversos trabalhos abordam a NP e as unidades do DE em grande parte de sua extensão, entretanto sua extremidade noroeste, onde é recoberta pela Bacia do Paraná é ainda pouco conhecida, sendo essa falta de informação percebida pela diversidade de interpretações registradas nos mapas geológicos regionais. Na região estudada, a NP sobrepõe o DE por meio de uma superfície de cavalgamento de baixo ângulo, desenhando dois segmentos: (1) uma estrutura braquiantiformal, em cujo núcleo ocorrem rochas do Grupo Canastra, que integram o DE, (2) na porção leste, o segmento não exibi continuidade para oeste devido ao truncamento de falhas verticais pós Dn, de direção N-S. Relações estruturais e litológicas nos segmentos permitiram a individualização em domínios Represa de Jaguará (RPJ) e Represa de Peixoto (DRP), segmentos 1 e 2 respectivamente. No DRP rochas do Grupo Canastra e da NP marcam cristas de direção E-W. A foliação principal (Sn), com atitude 207/62 é plano axial de dobras apertadas de escala centimétrica a hectométrica. Sobre Sn observa-se uma lineação mineral de atitude 300/07. A superfície que se encontra dobrada corresponde a um bandamento composicional (So) paralelo a uma foliação mais antiga (Sn-1). Esta é interpretada como uma fase de deformação mais antiga, sendo a evidência da fase Dn-1 nesse domínio. Localmente Sn é cortado por uma foliação de baixo ângulo, gerando dobras subrecumbentes de escala centimétrica. Essas estruturas aumentam de frequência à medida que se aproximam da superfície de cavalgamento da base da Nappe de Passos. Em direção ao sul, a foliação íngreme passa a ser progressivamente afetada pelas estruturas de baixo ângulo e, próximo à base da Nappe de Passos, é inflectida tornando-se subparalela à foliação principal (Sn 210/25) registrada nas unidades da NP. O DRJ é marcado por orientações NW-SE das unidades da NP e a braquiantiformal delineada por rochas do Grupo Canastra. Nesse domínio a orientação preferencial (Sn) é 230/22 com porções alçando mergulho entre 60° a 70°, acompanhado de lineação de orientação mineral (muscovita e turmalina) 127/07 e 307/07. Sn é plano axial ao sistema de dobras, quilométricas com eixos ora mergulhando para NW ora para SE. A superfície dobrada corresponde ao So paralelo a uma foliação metamórfica antiga (Sn-1). A partir da orientação preferencial de Sn foi possível caracterizar dois domínios estruturais, o DRJ com orientação NW-SE e o DRP com orientação WNW-ESSE, entretanto o entendimento desta variação ainda é desconhecido devido a complexidade estrutural que existe nesta região.

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Publicado

2016-12-19

Como Citar

Choupina Andrade Silva, A. J. (2016). MAPEAMENTO GEOLÓGICO ESTRUTURAL DA PORÇÃO NOROESTE DA NAPPE DE PASSOS, MG. Holos Environment. Recuperado de https://www.cea-unesp.org.br/holos/article/view/12084

Edição

Seção

IX ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE